308, 380, Ipê

Jovem 1 no ato de pisar ao máximo no acelerador de seu Peugeot 308, potência de 173 HP, câmbio automático de seis marchas, presente dos pais orgulhosos há só três meses, coração e pistões explodindo, mãos suadas ao redor do volante incerto, até poucos minutos seguravam copos, pasteizinhos, cartão de crédito, mãos dos colegas da universidade, algum beijo de despedida, uma última troca de olhares, foco desesperado no retrovisor, onde muito lentamente começa a diminuir de tamanho o Jovem 2 no ato de apertar o gatilho ao máximo de velocidade de sua Taurus 380, oxidada, carregador de 18 tiros mais um, numeração raspada, comprada recentemente, com ela era só o terceiro assalto, nos outros dois os filhos da puta tinham cooperado, mãos suadas ao redor da coronha, olhar na cabeça que diminuía rápido emoldurada pelo vidro escurecido, linha reta do terceiro projétil, ponta oca, munição comprada originalmente por um guarda municipal, atravessa o cerebelo que muda a linha reta do carro que não consegue atravessar o ipê roxo.

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